quinta-feira, 24 de maio de 2012

A IGREJA QUE ABRAÇA O INFINITO


No vértice dos 90 graus de seus braços, a Cruz se ergue imponente para o Céu, abraçando a pequena congregação e apontando para o infinito de suas possibilidades. Em perfeita harmonia, as linhas retas e curvas traduzem beleza, flexibilidade e firmeza.

Imponente, não por gemas incrustadas em ouro, mas pela simplicidade de suas formas e detalhes de seu acabamento. O piso branco e fresco de cerâmica nos convida a, descalços, apresentar-nos diante do Criador. O combogó (que lembra a infância inocente de seu projetista), vermelho, na cor do fogo, aquece os corações, e permite passar o vento que acaricia o corpo e refresca também a alma. No andar de cima, a vista que alcança o horizonte, próximo ao lago Paranoá, oferece e nos remete à beleza da Criação.

A madeira em suas cores naturais forma o altar para oferecimento, não do sacrifício, mas do Amor de quem abriu a porta da sua casa, de quem abriu mão de um sonho, de quem acreditou, de quem insistiu, de quem reuniu. Amor de todos os que colocaram cada um dos tijolos do pequeno e singelo templo, símbolo da manifestação da Graça de Deus.

Confesso que fui à consagração do Templo da congregação da Igreja Metodista do Paranoá mais pela proximidade que tenho com seu projetista e construtor. Fiquei encantada com o templo e emocionada com o culto!

Foi um daqueles cultos que me inspiram e tocam: com direito a hinos tradicionais, canto de corais, consagração de ofertas no altar, testemunhos da história da formação da congregação e construção do templo, coroados pela palavra simples e inspirada trazida pelo Bispo.

O aconchego da construção permitiu ao povo reunido a proximidade do abraço, a comunhão informal na simplicidade do amor fraterno. Fiquei tocada, emocionada, com vontade de abraçar a todos.

Minhas lembranças viajaram pela história da Igreja Metodista das quais participei. A igrejinha da 412 sul, a inauguração do templo da Asa Sul, com seu piso retalhado, de cimento vermelhão, feito pelos próprios irmãos. Lembrei-me das histórias da Invasão do IAPI, da construção da Ceilândia e das minhas próprias histórias de infância e mocidade na Igreja Metodista.

A consagração de um templo não é um mero ritual! Mas um ritual e uma manifestação de fé e amor do povo reunido, em que nasce a força propulsora que influencia, encaminha e determina o que há de vir. A congregação da Igreja Metodista no Paranoá não vai “para no A”: Ela irá muito além. Tal qual os braços de sua cruz, a Igreja abraça o infinito!

Minha homenagem a todos os que colocaram cada um dos tijolos de amor nesse projeto, mas, especialmente, permitam-me, ao Carlinhos, meu Baby, meu irmão, que trocou o sonho de trocar de carro, pelo sonho de construir uma Igreja!


Crônica escrita por Dulcinéa Cassis e publicada originalmente no Blog Caminhos TanGENTES, por ocasião da inauguração do Templo da Igreja Metodista do Paranoá

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