quinta-feira, 24 de maio de 2012

IGREJA METODISTA DA ASA SUL - 50 ANOS!


IGREJA METODISTA - Pioneira no Distrito Federal

Seguindo a tradição de pioneirismo na Evangelização, na Educação e na Ação Social, a Igreja Metodista está no Distrito Federal desde os primórdios de sua construção.

O terreno para a construção, de excelente localização, no centro do Núcleo Bandeirante e medindo 8.000 m², foi conseguido junto a Novacap “por intermédio do Dr. Luiz Milazzo, Secretário de Agricultura, Comércio e Indústria do estado de Goiás e do Dr. Rui Ramos, ex-deputado federal”, segundo relato em artigo na Cruz de Malta de setembro de 1957. Mas havia a exigência de se construir, nesse terreno, uma escola no prazo de 60 dias.

Em sua visita à Brasília, para as primeiras providências, o Bispo Isaías Sucasas celebrou o primeiro culto, no dia 30 de abril de 1957, no terreno do casal Nivaldo e Astéria Barbosa, pioneiros daquela igreja.

No dia 7 de julho daquele mesmo ano foi inaugurada a capela-escola, construída em madeira. Ali funcionava, aos domingos, a Escola Dominical e o Culto e, durante a semana, uma escola para adultos e crianças. Segundo relatos teria sido a primeira e, por algum tempo, a única escola do canteiro de obras do Distrito Federal, em meio ao cerrado que se rasgava e de onde brotava a futura capital do Brasil. A Escola de alfabetização de adultos e Escola Primária foi inicialmente dirigida por Rubens Rodrigues Dantas até a chegada do primeiro pastor, Revdo. Antônio Margarido Mendes e sua esposa, Celita de Souza Lobo Mendes, que passaram a dirigir a escola e também eram os professores. Mais tarde, a diaconisa Ruth Prates foi designada para ajudar nos trabalhos e assumiu a direção da escola.  Carmelita de Souza Lobo e Victalina Lalucce dos Santos, entre outros, também lecionaram naquela escola.

A Escola Dominical do Núcleo Bandeirante, que se iniciou já com cerca de 20 alunos, foi crescendo rapidamente.  De todas as regiões do Brasil chegavam os trabalhadores da futura capital. Eram pessoas que vinham em busca de novas oportunidades! Eram jovens recém-formados que chegavam para aqui iniciarem sua carreira profissional!

 A Igreja foi acolhendo a todos, quer de origem metodista, ou de outras denominações. Aqui foi sendo formada uma nova comunidade metodista, que recebia com amor os que chegavam à Brasília e acolhia os novos crentes que aqui conheciam o Evangelho através do testemunho vivo dos metodistas.

Uma curiosidade é que, segundo relato de Celita, “era preciso furar um poço para providenciar a água para atender aos trabalhos da igreja e à casa pastoral. Era raro furar um poço e logo achar um veio de água. O Revdo. Mendes orou para que Deus mostrasse onde deveria mandar abrir o buraco. Ele sonhou que deveria contar sete passos a partir de um ponto e assim foi feito. O poço foi furado e a água chegou em abundância para a igreja e toda a vizinhança que fazia fila o dia inteiro para abastecer as suas casas”.

Os primeiros metodistas que chegaram ao DF, lembrados por Celita são: o casal Nivaldo e Astéria e filhos, Cacilda Bertoni, seu esposo Afonso e filhos, Fábio T. Alves, Euclydes Rodrigues e Guilhermina Martins e filhos, Carmelita de Souza Lobo Mendes. Adir Alves dos Santos relatou, emocionado, que chegou ao Núcleo Bandeirante também naquela época. Jovem, recém-formado e longe da família, encontrou aqui a família da fé!

 A Igreja Metodista na Cidade Livre constituía dessa forma, uma referência para quem chegava à época da construção de Brasília. Com a água do poço, para aliviar a sede do corpo, era oferecida, principalmente, a água viva para alimentar a alma! O ensino das letras a quem chegava aqui, sem ao menos saber escrever o próprio nome, possibilitava a leitura da Palavra de Deus!  Na acolhida para quem estava longe da família, a concretização da Graça e do Amor de Deus que transforma vidas e corações!

Foi assim que o Metodismo chegou ao Distrito Federal!    Não só palavras, mas atitudes e ações concretas, movidas pelos corações aquecidos dos metodistas pioneiros.  Pela plenitude da Graça, pelo grandioso Amor de Deus por nós!



Igreja Metodista da Asa Sul, 50 anos!

Com a inauguração de Brasília, em 1960, e a transferência da capital para cá, nova leva de trabalhadores foram chegando rapidamente. Eram, em sua maioria, servidores públicos, funcionários do Banco do Brasil, professores etc. Residindo nos imóveis funcionais do Plano Piloto, continuavam frequentando a Igreja do Núcleo Bandeirante.

Foi no dia 31 de dezembro de 1961 o início da atual Igreja Metodista da Asa Sul. Foram arrolados 54 membros, recebidos por transferência, pelo seu primeiro pastor, Rev. Almir Pereira Bahia.

A Igreja se reunia numa capela de madeira construída pelos próprios irmãos. Era a Capela do Calvário, localizada na SQS 412. No dia 3 de janeiro de 1962, foi realizada a primeira assembleia, instituindo os primeiros oficiais da então Igreja Metodista Central de Brasília: Sylas Rodrigues dos Santos, Guia Leigo; Deyr José Gomes, Superintendente da Escola Dominical, ecônomo e secretário de atas; Ary Teixeira da Silva, Olynto Alves Ventura, Adir Santos, Ulisses Venâncio, Joaquim José Alves, Isaías Faleiros, Luis Machado das Neves, Zaqueu Alves Machado e José Geraldo Cardoso, para a Junta de Ecônomos; Neide Elias Barbosa da Silva, Maria Gomes Alves, Marly Gomes Batista Reis, Bernadete Braga Ventura, Cleuza Teixeira das Neves, para a Comissão de Ação Social; Geraldo Cândido Morais, Simey Domingues, Alfredo Prazeres da Silva, Isnard Batista Machado, Francisco Faria da Silva, para Comissão de Missões e Evangelização; Victalina Lalucce dos Santos, Elvira Batista Machado, Antônia Ventura da Silva, Célia Gomes, Abinaã Oliveira Faleiros, para a Comissão de Música; Terezinha Pereira da Silva, Bibliotecária e Gilberto Teixeira Alves, agente do Expositor Cristão.  A ornamentação da capela ficaria a cargo, além de Mirandolina Silva, de Cleuza, Elvira e Léa Araújo Pinto que também era da Comissão de Festas com Abinaã, Célia, Terezinha e Victalina. Este primeiro grupo de oficiais da igreja foi indicado pelo pastor que pediu um voto de confiança e todos foram eleitos, em conjunto, por aclamação.

Era um grupo pequeno e muito unido, que atraia para o seu meio os novos convertidos que moravam na vizinhança. Foi o grupo que iniciou a igreja e por muitos anos se revezava nos cargos, acrescidos de outros que iam chegando.  Marcaram a vida da igreja pela sua presença. Eram pioneiros da igreja e em Brasília. Suas famílias moravam em outras cidades. A igreja era uma grande família!

Com a chegada de novas pessoas na igreja, 1963 recebe novos oficiais. Albiléo Trentino Ziller tem seu primeiro mandato na Junta de Ecônomos, cargo em que se destacou, exercendo importante papel na construção do novo templo, além de ter tido longa carreira como professor e conselheiro dos jovens. O casal Almir e Ita Biriba, que viria trabalhar na Junta de Ecônomos, na Ação Social, na Evangelização e como agentes do Expositor Cristão. Também com a transferência da família Rosa Martins, Edna Martins iniciou sua ativa participação na Junta de Ecônomos, além de participar do coral. Ainda neste ano, Maria Lenira Pinto e Maria José da Silva Farias integram a comissão de Ação Social.

Desse primeiro grupo lembramos com carinho da presença marcante do casal Olintho Alves e Bernardette Braga Ventura. Na época em que era raro ver idosos em Brasília, suas cabecinhas brancas reluziam, sempre sentados no mesmo banco por longos anos, ao lado da fiel presença da filha Antônia e do genro Ary! Eram os avós de todos os que moravam longe de seus avós.

Do grupo de membros fundadores da então Igreja Metodista Central, destacamos a presença até hoje, de Antônia Ventura Silva, os irmãos Batista Machado, Cleuza Teixeira das Neves, Simey Domingues e o casal Adyr e Victalina dos Santos.

No ano de 1963 a igreja recebeu seus primeiros membros por batismo e Profissão de Fé. Entre eles estava a Sra. Maria do Carmo Nascimento Santos, fruto do trabalho de evangelização da igreja. Ela viria a ser multiplicadora da evangelização aqui recebida, sempre ensinando a sua  arte nos trabalhos de Ação Social!

O ano de 1964 trouxe Albiluz Ziller, que exerceu durante alguns anos vários cargos, como o de Guia Leigo, Superintendente da Escola Dominical e foi participante ativo na Evangelização e Ação Social durante muitos anos. Foram eleitos também: Antônio Cardoso de Oliveira, Amílcar Ziller, Nelson Ferraz, Arethusa Augusta Ferraz e Haideé Inanais Dourado.

Em 1965 a Junta de Ecônomos recebe o importante reforço de Rubens Fóizer, que continuou por muitos anos dando ali a sua fiel contribuição.

Edson Dytz chegou naquele ano e no seguinte, 1966, passa a integrar o quadro de oficiais, onde deixou grande contribuição por mais de dez anos, na Junta de Ecônomos, Ação Social, Educação Cristã e como Guia Leigo em 67. Também em 66, inicia sua contribuição os jovens José de Castro, noticiarista, Wilma Hipólito, como secretária de atas e Jairson Pinto, como arquivista, iniciando sua contribuição à igreja, que se estendeu por mais alguns anos, na área de Evangelização. Epaminondas de Castro e Maria do Carmo, já citada no início, foram eleitos para a Comissão de Ação Social e Evangelização. Chegou também Eva Maria de Lourdes Madela, que participou ativamente na Junta de ecônomos e na música, João Maciel, ecônomo, Elizete Cardoso e Amílcar Ziller na Comissão de Educação Cristã. Para reforçar a música, Helena Clay, esposa do novo pastor, e Tercio Ayres Tófolo, que regeu o coral.

A Ação Social recebeu importante contribuição a partir de 1967, com a transferência para esta igreja do casal Fábio Teixeira Alves e Priscila Caixeiro Alves, pioneiros do Metodismo no DF. Fábio e Priscila, além de outras funções, ele como ecônomo, professor e conselheiro dos juvenis, e ela na Escola Dominical, foram os principais obreiros do trabalho de ação social e evangelização na antiga Invasão do IAPI, que, com a criação da cidade da Ceilândia, deu origem ao Centro Comunitário São Lucas, naquele cidade. Fábio, Dytz e Rev. Correa se revezavam com suas Kombis no trabalho e transporte dos juvenis naquela obra de evangelização e ação social nas tardes de domingo.

Ainda para 67 foram eleitos Laís Milazzo, para Ação Social, Adolfo Brandão, Raimundo Araújo e Paulo Sergio Ramos Cassis, para a Junta de Ecônomos.  O casal Aldo e Maria Luiza Schlottfeldt Fagundes chegou a Brasília no início daquele ano e iniciou a sua importante contribuição a IMAS.

Para o ano de 1968 foi eleito Aldo Fagundes como Guia Leigo da Igreja, cargo que ocupou por muitos anos, além de outras funções estratégicas para a igreja. Sua admirável oratória ressoa até hoje no púlpito, na Escola Dominical e em suas palavras conciliatórias das reuniões. Maria Luiza Schlottfeldt Fagundes deixou inegável contribuição, principalmente na Educação Cristã, na Sociedade de Mulheres e como professora de adultos da Escola Dominical.

Ainda em 1968, foi registrada a contribuição de Maria Aldina Silveira Furtado, noticiarista do Expositor Cristão, Victor Luis Ziller, bibliotecário, Oswaldo Nascimento, na Comissão de Missões e Evangelização e José Julião Silva, Comissão de Música. Maria Aldina viria posteriormente, contribuir também na Educação Cristã.

Em 1969, além de um grupo de irmãos que nunca deixavam de ser eleitos e se revezavam em várias funções, todos já citados anteriormente, o quadro de oficiais da igreja recebeu Luiz Antônio Batista Machado, como bibliotecário, Leontina Silveira, na Ação Social e Lindalva Horta na Educação Cristã.

Em 1970, no pastoreado do Rev. Carlindo Teixeira Alves, sua esposa Odete F. Teixeira passa a secretariar as reuniões, Maria Alice Esteves Biriba, é eleita Bibliotecária e Arquivista, Rubens Teixeira Alves era o Presidente da SMJU e a igreja recebia novos ecônomos: Ari Boaventura, Tercio Miranda e Alfredo Santos.

A última assembleia das que foram registradas no primeiro livro de atas da Igreja, data de dezembro de 1970 e relata o nome dos eleitos para o exercício seguinte. Registra o início da colaboração de Nilda Bastos Dytz na Educação Cristã e João Bueno na Junta de Ecônomos. Daso Maranhão Coimbra, que iria iniciar importante trabalho junto aos jovens, estreia na Comissão de Evangelização. Naquele ano, Paulo Cesar e Belkis Schunk iniciam sua colaboração na Comissão de Música. Ela teve importante papel como regente do coral. Como muitos outros jovens da igreja, Dulcinéa Ramos Cassis ingressava no quadro de oficiais da igreja como Bibliotecária e Arquivista. Aquele era o primeiro livro que se encerrava e continha toda essa história relatada até aqui!

O TEMPLO
No dia 24 de março de 1964, a Igreja Metodista em Brasília, recebeu a doação, pela Novacap, de um terreno de 7.500 m², o módulo 68 da Quadra 610, do Setor de Grandes Áreas Sudeste “para que nele se instale a sede das atividades da Igreja Metodista do Brasil, em Brasília.”. Como condição, a Igreja tinha o prazo de 26 meses para construir ali a sua sede.

Dois meses depois, no dia 24 de maio de 1964, era lançada a Pedra Fundamental do Edifício de Educação Religiosa da Igreja Metodista da Asa Sul. A Pedra encontra-se sob uma grande árvore no gramado.  Foi um culto solene, em uma tarde de domingo. Estavam presentes os membros da igreja, o coral, o Bispo Isaias Sucasas e várias autoridades. O pastor da Igreja era o Rev. Kenneth Earl Traxler, missionário norte-americano que angariou em seu país os recursos financeiros para a construção do primeiro prédio do projeto. Traxler presidia a Comissão de Construção, composta também pelos irmãos Deyr Gomes. Rubens Foizer, Albiléo Ziller, Gilberto Teixeira Alves e Jetro Belo Torres. Estavam presentes na cerimônia, Daniel Paulo de Faria, pastor da Igreja em Sobradinho e sua esposa, Marlene Fernandes de Faria.

Em 1966 a IMAS já se reunia na 610 sul. Em ata de reunião da Junta de Ecônomos da Igreja Metodista Central de Brasília, realizada no dia 11 de novembro de 1965, em sua capela provisória, com a presença dos ecônomos Albiléo Trentino Ziller (presidente), Adir Alves dos Santos (secretário), Ita Esteves Biriba, Edna Martins, José Geraldo Cardoso, está registrada a data da mudança para o prédio atual:  “o pastor (Rev. Charles W. Clay) participa que seremos visitados no dia 19 de dezembro de 1965 pelo Bispo Almir dos Santos e pelo Secretário de Missões Rev. Omar Daibert, e sugere que recebamos os ilustres visitantes já no novo templo, a sugestão foi aceita pela Junta, sendo assim o “Edifício de Educação Religiosa” que funcionará como templo, será inaugurado neste dia.”.

O prédio foi recebido inacabado, mas em santificado mutirão, literalmente de joelhos no chão, todos ajudaram a finalizá-lo, construindo um piso de cimento queimado. Um prédio espaçoso e de singular arquitetura! De seu interior, através de uma abóboda de vidro, se enxerga o céu! 

O tempo passou e o prédio destinado à Educação, tornou-se cenário da história viva da IMAS. Suas paredes já testemunharam casamentos e batizados de gerações, as tradicionais cantatas de Natal e tantos cultos solenes e festivos. A Igreja o adotou como templo e assim foi informalmente consagrado!

A ESCOLA DOMINICAL
A Escola Dominical como tradição metodista sempre teve seu lugar especial na Igreja. Ela é o seio que alimenta os novos convertidos, o colo cristão de quem aqui chega. Uma Escola que não dá diploma, pois aqui ninguém se forma. Há até hoje, alunos que já passam dos 80 e até dos 90 anos. A Escola Dominical é a referencia para as crianças da igreja. Quando a igreja ainda funcionava na capela de madeira, já constava em ata a preocupação pela falta de espaço para as classes de crianças. Talvez tenha sido esse um dos propulsores para a aquisição do terreno e construção do Templo.  Consta em ata que, em 1968, a Escola Dominical tinha 204 alunos.

Dos pioneiros, a professora de crianças mais lembrada é, sem duvida, Ângela Moraes Ziller. Desde que o casal Albiléo e Ângela Ziller chegaram à Brasília, “Dona Ângela” assumiu a classe de crianças. Ela foi professora de duas gerações: os que atualmente estão na faixa dos 50 e os que estão na faixa de 20 a 30 anos.  Outro nome pioneiro é o de Priscila Caixeiro Alves, que, além da Escola Dominical, voltou a organizar, naquela época, a Escola Bíblica de Férias.

No período a que nos reportamos, a primeira década, que se recorde, Albiléo Ziller lecionou por muitos anos na classe de jovens, Fábio Teixeira. Alves e Maria Luiza Fagundes, na classe dos juvenis, Léa Araújo Pinto e Aldo Fagundes na classe de adultos.

Durante aquele período foram Superitendentes: Deyr Gomes, por quatro anos, Edna Rosa, Albiluz Ziller, Edson Dytz e Albiléo Ziller.

A ESCOLA
A igreja inaugurou o novo prédio, fazendo jus a sua finalidade.  O ano de 1966 já iniciava com uma nova escola em Brasília. Era o “Jardim de Infância da Igreja Metodista Central”. Estabelecimento que, cumprindo a tradição educacional da Igreja Metodista, tinha em seu quadro de professores, membros da igreja, que proporcionavam uma convivência cristã para as crianças da igreja e da vizinhança. A primeira diretora foi Maria Lucia Pereira. Em 15 de outubro de 1967 foi criado o Instituto Educacional de Brasília – IEB, em substituição ao Jardim, que ampliava ali as suas atividades, com a 1ª série primária.  Faziam parte do primeiro Conselho do IEB: Edson Dytz, Maria Aldina Silveira Furtado, Aldo Fagundes, Vitalina Lalucce dos Santos, Albiluz Ziller, Almir Biriba e Antônio Justino. O IEB foi dirigida durante quase todo o seu tempo de existência pela saudosa irmã Maria Luiza Schlottfeldt Fagundes e teve em seu quadro de professores Mariza da Silva Mata, Nilda Nascimento Silva, Maria Sueli Miranda, Graisy Miranda, Sandra Biriba, entre outros. O IEB, que em 1968 chegou a ter 228 alunos, funcionou até o início da década de 70.

OS ESPORTES
O espaço destinado à construção do templo foi gramado. Cenário do tradicional futebol aos sábados e ponto de encontro, acolhimento e evangelização. Em 1976 chegou a ser criado um Grêmio, o GIMAS, presidido por José Pereira Caputo, que tinha em seu quadro de diretores os irmãos Tércio e Décio Miranda, Henrique Ziller e Sergio Fernandes de Faria. O Grêmio formalizado caiu no esquecimento, mas alguns dos garotos que jogavam bola continuam até hoje, já não tão jovens, com seu compromisso semanal do sábado pela manhã na igreja.

AS SOCIEDADES
Há de se destacar o trabalho fiel e constante da Sociedade de Mulheres, ao longo de todos esses anos. Fundada em abril de 1963, com 35 sócias, era denominada “Sociedade Metodista de Senhoras” - SMS, composta por todas as mulheres, mesmo jovens, casadas. A primeira presidente da então SMS foi Cleuza Teixeira das Neves, membro fundadora da igreja, sempre muito presente com sua importante contribuição em várias áreas.  As mulheres da igreja sempre apoiaram todos os eventos, não somente providenciando a logística, mas cozinhando com amor, costurando com zelo, orando pelos enfermos, visitando os lares. Em suas reuniões semanais, há, entre tantas outras atividades, estudos bíblicos, aulas de artesanato e preparação para o tradicional bazar beneficente de Natal.

O trabalho com as crianças na IMAS também merece destaque. Ângela Moraes Ziller era a responsável e diretora da Sociedade de Crianças, cujo primeiro presidente foi Daso Maranhão Coimbra, em 1963, aos oito anos de idade.  Ana Cecília Fagundes também foi presidente da SMC alguns anos mais tarde.

Pela história da Sociedade Metodista de Juvenis - SMJU passaram vários nomes. Como conselheiros e professores, na década de 60/70, lembramos a Senhora Helena Clay e posteriormente Fábio Teixeira Alves, Carlos Wesley e Maria Luiza Fagundes.  Um dos primeiros presidentes foi Luiz Victor Ziller.

A Sociedade Metodista de Jovens na década de 60 sofreu um esvaziamento. O contexto da época, por um lado, fazia forte chamado à liberdade de costumes, por outro, havia restrição da liberdade de expressão, pelo contexto político. Alguns de nossos líderes jovens foram perseguidos, outros se afastaram da igreja. Poucos, como Jairson Pinto e Wilma Hipólito, que em 1969 era a presidente da SMJ, permaneceram atuantes na igreja. Mas era uma fase de silêncio da juventude brasileira.

Os homens da IMAS, por sua vez, só se organizaram enquanto Sociedade Metodista de Homens, na década de 70.  Há o registro da foto de sua instalação, na época em que o Rev. John W. Garrison era pastor da Igreja. Estavam presentes: Rubens Foizer, Aldo Fagundes, Oseas Avelino, João Bueno, Albiléo Ziller, Brandão, Ary Teixeira, Orestes T. Pereira, Ronaldo, Oswaldo Nascimento e Fábio T. Alves, entre outros.  Após muitos anos de inatividade, por iniciativa de Sérgio Gonçalves, seu atual presidente, a Sociedade de Homens foi reorganizada no início de 1998. Além das reuniões semanais de oração às terças-feiras às sete da manhã, que acontecem há mais de dez anos, os homens têm apoiado vários Pontos Missionários e Igrejas, destacando-se as instalações do Ponto Missionário de Luziânia, a construção do templo da Igreja do Paranoá, aquisição de terreno e construção das igrejas de Fazenda Velha e Estrutural e ajuda à igreja em Alphavile,  com a aquisição de uma Kombi para os trabalhos.

A MÚSICA
A Igreja Metodista da Asa Sul, ao longo de sua história teve a música fortemente presente.  Desde 1961, quando os membros migraram da Igreja do Núcleo Bandeirante, com eles migrou o coral. Membros fundadores da igreja como o casal Adir e a soprano solista Victalina Lalucce dos Santos e os irmãos Isnard, Luiz Antônio e Maria Regina Batista Machado, cantam no coral até hoje. Estes últimos desde adolescentes, levados pela sua mãe, nossa saudosa Elvira Batista Machado, que marcou a sua presença até o final de sua vida. Há de se registrar também a participação por menos tempo, mas não menos marcante da voz de Oseas Avelino da Silva e João Grossi.

Durante esses anos o coral foi regido por várias mãos: Marjorie Isabel Traxler, Nilce Galante, Tércio Ayres Tófolo, Belkiss da Glória Pereira Schunk, Leonora Araújo Pinto, Manoel Augusto, Tácito Silva, Wander de Oliveira, Susana Dytz e Lincoln Abraham Lincoln Ferreira Cardoso.

As vozes em louvor durante esses anos foram acompanhados ao órgão e piano, principalmente, pelas hábeis mãos de Sra. Marjorie, de Susana Dytz, que, em 1969, aos nove anos de idade já tocava órgão na igreja, Silvia Bertoni, Cristina Ziller, Gisele Marçal e Lucia Pedroso.

Em 1971, época em que as igrejas do DF estavam esvaziadas de jovens, o adolescente Daso Maranhão Coimbra, filho de Daso e Nina Rosa Coimbra, com o fundamental apoio de seus pais, liderou um movimento que veio reacender o evangelismo entre a juventude no DF e em especial na IMAS. Era o Clube Bíblico, o ECO (Estudando, compartilhando e Orando) e o conjunto musical “Ele Vive”, que inovava ao introduzir o acompanhamento musical pelo violão de outro de nossos adolescentes, Euclides Schlottfeldt Fagundes, o Quico. Era um grupo alegre que levava o seu testemunho vivo a igrejas também de outras cidades. A maioria dos participantes do “Ele Vive” era formada pelos adolescentes da IMAS.  Além do Daso e do Quico, os irmãos Maria Cristina e Carlos Alberto Maranhão Coimbra, Claudia e Henrique Moraes Ziller, Léa e Leonora Araújo Pinto, Zilá e Natanael Nascimento, Dawton Queiroz, Dulcinéa Ramos Cassis, Evany Selva, Rubens Teixeira Alves, Carlos Horácio Bertoni, Irene Schlottfeldt Fagundes, Cláudio e Adelchi Ziller, entre outros.  Adolescentes que se tornaram adultos e muitos estão até hoje por aqui.

Entrando na vida adulta, o grupo se dispersou, mas nasceu na IMAS, no início da década seguinte, outro grupo, “Deus é Real”. Ao violão Luis Carlos Ramos Cassis e, ao piano, Cristina Moraes Ziller. Como vocais, entre outros, são citadas a Solange Marques Vaz (Cassis) e Maristrela, filha do Rev. Manoel, que era o pastor dessa época.  Esse grupo deu origem aos momentos de louvor, atualmente parte integrante do culto, introduzindo o acompanhamento de outros instrumentos musicais como contrabaixo, tocado na época pelo Ricardo Bueno, e bateria, tocado pelo jovem Adriel, que passou a batera para o Joel Pereira dos Santos, que toca até hoje.

Atualmente não temos somente um coral. Temos o coral tradicional, o coral de jovens e o coral dos homens! Temos até grupo de coreografia! E nos cultos, além dos hinos tradicionais, tocados ao órgão ou piano, há os momentos de Louvor, em que a igreja louva ao Senhor com Cânticos novos, com vários instrumentos.  

A EXPANSÃO MISSIONÁRIA
A IMAS foi criando congregações em vários pontos do DF, como a antiga Invasão do IAPI que deu origem às igrejas hoje da Ceilândia, no Paranoá, Estrutural, Luziânia, Alphavile, Fazenda Velha, Jardim Botânico e Itapoã. Esta é uma vocação antiga da IMAS. Desde os anos 60 até os dias de hoje, há sempre pontos de pregação associados aos trabalhos sociais, que se transformam em congregações e igrejas. Além, dos “filhotes”, a Igreja da Asa Sul é uma igreja generosa com outras novas igrejas menos privilegiadas em recursos. No livro de atas da década de 60, consta que, enquanto lutava por recursos para a finalização de seu próprio prédio, a igreja sempre era solicitada e atendia aos apelos para ajuda às igrejas das cidades satélites. Não só os seus recursos materiais eram destinados às obras de construção, mas, principalmente, o amor e o tempo dos membros da igreja sempre foram investidos em novos pontos de pregação. Podemos afirmar que essa parece ser uma das principais vocações da Igreja Metodista da Asa Sul! Em alguns domingos amanhece com seus bancos vazios, pois todos estão cooperando em outros locais, como certa vez registrou Maria Luiza Fagundes.  A IMAS não chegou a construir o prédio que, no projeto inicial seria destinado ao templo, mas tem construído muitos outros templos!

OS PASTORES
Muitos pastores passaram por aqui: Revdo. Almir Pereira Bahia (1961/62), Revdo. Kenneth Carl Traxler (1963/64), Revdo. Charles Wesley Clay (1965/66), Revdo. Cláudio José (1966/67), Revdo. Carlindo Teixeira Alves (1968/70), Revdo. Francisco Antônio Correia (1971/72), Revdo. John William Garrison (1973/84), Revdo. Manoel Ferreira (1985/89), Revdo. Vicente Aparecido Borges (1990/93) e Revdo. Euler de Oliveira Alves de Souza (1994/2007). E tiveram como pastores coadjutores: Pra. Ana de Oliveira Cruz, Pastora Emérita (2000/2001), Revdo. Afrânio Gonçalves Castro (2006/2008), Pr. Levi Silvestre da Silva (2008), Pr. André Henrique Fagundes Schirmer (2008).

Dos pastores, além do Revdo. Traxler, responsável pela construção do templo, há de se ressaltar o nome do saudoso Revdo. Garrison, lembrado com muito carinho por toda a igreja. Sua forma criativa e artística de pregação do Evangelho surpreendia, pois pintava rapidamente, ao púlpito, quadros que, sem palavras, falavam da Graça e do Amor incondicional de Deus, sua maior ênfase em todo o tempo que passou por aqui.

A IGREJA HOJE
Esta tem sido uma Igreja abençoada. Uma igreja que acolheu aos que aqui chegaram e aos que através dela conheceram o Evangelho, uma Igreja que enfrentou seus conflitos internos, mas nunca perdeu o amor e a união entre seus membros. Uma igreja que gera frutos, mãe de tantas outras. Uma igreja generosa e participativa nas missões.

Aos 50 anos, em plena maturidade, a Igreja Metodista da Asa Sul começa acolher agora a sua quarta e quinta geração.  Já temos crianças, que alegram a igreja com seus risos, sorrisos e cânticos, que são bisnetas e tataranetas de membros pioneiros!

Nesse breve histórico, citamos apenas os nomes dos irmãos que ocuparam cargos nos primeiros dez anos da igreja, os pioneiros das congregações e os participantes da história da música. Foi apenas um critério estabelecido. “A escolha de uma pessoa para determinada função não significa ser ela mais importante do que as outras. O cargo mais difícil é ser membro ativo e fiel à igreja e para esse cargo todos foram eleitos” (Traxler, 1963). Não importam os cargos que ocuparam, todos tiveram participação importante nesse processo. E cada um, ao ler um pouco dessa história, com certeza vai lembrar com carinho desse tempo, de sua participação, das pessoas que marcaram a vida da igreja e a sua própria vida nessa trajetória de convivência na família cristã.

Em 2011, pela primeira vez na História do Metodismo Brasileiro, foi realizado o 19º Concílio Geral da Igreja Metodista, nas dependências de uma igreja. E a Igreja escolhida, foi a Igreja Metodista da Asa Sul. A IMAS teve o privilégio de hospedar aquele evento!

No ano de seu cinquentenário, a CLAN é composta pelos seguintes membros: José Mudesto da Silva (Ministério de Oração e Intercessão), Daniel Araújo Pinto Teixeira (Ação Social), Lorena Pimentel Foizer (Sociedade de Juvenis), Vera Idalgo Silva (Ministério de Ornamentação), Luiz Augusto Tiveron Borges (Ministério de Comunicação), Igor Milhomens Avelino (Sociedade Metodista de Jovens), Rosely Souza Ribeiro (Ministério de Ensino), Roberto Itajahy Lopes (Ministério de Administração), Robson Barcelos da Silva (Ministério de Louvor), Ismael Polo Mendes (Ministério de Evangelização), Paulo Cezar Correa Machado (Ministério da Família), Isabel de Paula Batista (Ministério da Hospitalidade), Jezreel Avelino da Silva (Ministério do Discipulado), Luciana Sales Vilar Ferreira (Ministério de Trabalho com Crianças), Júlia Penteado Melles Gomes Gonçalves (Ministério de Sociabilidade e Recreação), Elvira de Paula Batista (Ministério de Música), Sérgio Roberto Gomes Gonçalves (Sociedade Metodista de Homens), Salim Mustafá Barbosa (Ministério de Visitação), Marlene Fernandes de Faria (Sociedade Metodista de Mulheres), Marisa Helena de Lima (Tesouraria).  Alguns desses integrantes são descendentes dos membros fundadores, como a Elvira, neta de Dona Elvira, que integrava a primeira Comissão de Música da Igreja, e o Daniel, bisneto de Dona Bernadete, que fazia parte da primeira Comissão de Ação Social da Igreja.  O atual pastor, desde 2008, é o Revdo. Misael Lemos Silva e o atual Bispo da 5ª Região Eclesiástica, Revmo. Adonias Pereira Lago.

No Lançamento da Pedra Fundamental, a congregação cantou: “Da Igreja, o fundamento, é Cristo o Salvador (...) Sobre a Rocha Eterna jamais se abalará!”.

A Benção final foi cantada pelo coral “Jeová te abençoe”!

Deus, nosso Pai, tem abençoado a Sua Igreja em Brasília!
                     
A Ele, toda a nossa gratidão, toda a Glória e Louvor!

Amém!


CONGREGAÇÃO DO PARANOÁ
A Igreja Metodista do Paranoá também foi resultado do trabalho da Igreja Metodista da Asa Sul. No ano de 1985, a partir de uma demanda da Ação Social na Vila Paranoá, foi iniciado naquela comunidade, no lar humilde do casal Sra. Amílcar Justino e Sr. Manoel Morgado, um trabalho de evangelização liderado pela irmã Elvira Batista com o apoio de Luis Carlos Ramos Cassis, envolvendo a mocidade da Igreja.

O trabalho cresceu, tomou vulto, o irmão Luis Carlos comprou e doou para a Igreja um terreno onde os jovens construíram um alicerce de pedra e concreto, e sobre ele um barraco com dois cômodos que foram consagrados ao serviço do Senhor, e serviram muito para o desenvolvimento do ponto missionário.

Com a criação da Região Administrativa do Paranoá, a transferência e o assentamento dos moradores em novo local, graças à iniciativa da Sra. Maria Soares, a IMAS recebeu do GDF, em 1992, um lote onde construiu, em 1994, um templo provisório de madeira.

Em 2003, a Sociedade Metodista de Homens da IMAS aceitou o desafio da construção definitiva e em novembro de 2007 o templo foi consagrado para Honra e Glória do Senhor!

Às margens do lago que abraça a Capital Federal, nasceu assim uma Igreja, filha da IMAS, fruto do trabalho de seus filhos, jovens que nasceram e cresceram nessa família de fé!

Nosso tributo também àqueles que deram o seu tempo, seus recursos, seus esforços para que àquela comunidade fosse levada a Palavra Viva da Salvação: Da comunidade: Sra. Amílcar Justino e Sr. Manoel Morgado, que abriram as portas de sua casa, e à Sra. Maria Soares, que sempre apoiou e esteve presente em todos os momentos. Da IMAS, Elvira Batista e Luis Carlos Cassis, Sr. Rubens Foizer que acompanhou os processos, Sérgio Gonçalves, presidente da SMH, Mauricio Matta, Ismael Polo, Rogério Ventura, Sérgio Faria, Luis Tiveron, Paulo Cesar Machado, Albiléo Ziller e os pastores Rev. Euler de Oliveira, Rev. João Alves, Rev. Rui Sérgio e Rev. Onias Borges Leão.

PONTO MISSIONÁRIO DA VILA ESTRUTURAL
Sensibilizada pelas precárias condições em que viviam os habitantes da Invasão da Estrutural, Lenira Araújo Pinto Teixeira, conforme seu próprio relato, com a ajuda do Ministério Infantil da IMAS coordenado pela irmã Andréa Ziller, iniciou, em junho de 2000, uma Escolinha Dominical na Estrutural, funcionando, no início, no quintal de uma moradora. Ao grupo juntaram-se o irmão Quinto e sua filha, Amanda. A Escolinha cresceu e o Natal de 2000 contou com cerca de 40 crianças.

No ano de 2001, já com a ajuda das irmãs Nucha e Leanara, e um grupo cada vez mais presente de jovens e juvenis da IMAS, o trabalho cresceu ainda mais, e o grupo conseguiu alugar um local de uma creche para os trabalhos dominicais. Ao final       de 2001 mais de 80 crianças já frequentavam a Escolinha e a IMAS ofereceu em suas dependências, ao final daquele ano, um grande almoço de Natal, para as crianças e suas famílias.

Em 2002 a SMH investiu nas instalações e irmãos Sérgio Gonçalves e Mário Ribeiro, convidando os pais para participarem das reuniões, iniciaram uma sala de Escola Dominical aos domingos à tarde, que chegou a ter até 35 adultos frequentando as aulas do Ponto Missionário. 

Em 30 de março de 2003, foi inaugurado o novo templo, com a presença do pastor Euler de Oliveira e vários membros da IMAS, o presidente da SMH Albiléo Ziller , o Representante Distrital, Pr. Samir Borges e a evangelista Lenira. A frequência da Igreja aumentou rapidamente, chegando a cerca de 200 crianças aos domingos, distribuídas por faixa etária com a ajuda de professoras/professores da IMAS: Leanara, Sílvia Foizer, Ana Maria Curado, Débora Penteado, Roberta Biriba, Alex Valverde, Fabrício, Joana, Luciana Vilar e Wesley, Patrícia e Paula Teixeira, Ana Amélia e Ricardo, D. Ângela, Giselda e vários outros jovens e juvenis que se ofereciam para ajudar.  O espaço tornara-se pequeno para tanta gente! Glória a Deus! Na sala dos adultos revezavam-se, pela SMH, Sérgio Gonçalves, Sr. Albiléo, Mário, Ismael, havendo a participação de cerca de 40 irmãs da Vila Estrutural. A Igreja da Asa Sul apoiava o trabalho com disponibilização de cestas básicas e ajuda financeira.

O número de irmãos já exigia um trabalho mais frequente e acompanhamento semanal. Foi então iniciado um culto às quartas-feiras com o apoio da SMH e vários membros da IMAS: Sr. Albiléo, Sr. Mudesto, Waldemir, Sérgio Gonçalves, Salim, Baby, Mário, Enéas, Henrique, Lourival, Carolina e outros irmãos.
Em 2004, após decisão do Concílio Local da IMAS, o trabalho na Vila Estrutural passou a ser Ponto Missionário da Igreja Metodista da Asa Sul. Foi adquirida pelos Homens uma casa ao lado da Igreja, com apoio da Administração da IMAS em sua reforma, para ser utilizada como casa pastoral.

A irmã Kátia desenvolveu um excelente trabalho na área de dança com as crianças, realizando várias apresentações na IMAS e em outras oportunidades na cidade. Através de convênio com o SESI/SENAI foi ministrado durante um ano o curso de alfabetização de adultos com grande presença de membros da comunidade, pois havia um elevado número de analfabetos dentre os primeiros moradores da Estrutural.

O Ministério de Ação Social da IMAS assumiu a tarefa de visitar as famílias que frequentavam os trabalhos da igreja, distribuindo cestas básicas para os mais necessitados. Além disso, passou a realizar ações sociais da IMAS também na Estrutural, nos mesmos moldes das atividades que são realizadas em outras congregações.

Foi organizada uma primeira classe de catecúmenos dentre os adultos que, depois de orientados na doutrina e forma de organização da Igreja Metodista, decidiram-se por fazer parte de nossa igreja e fazer sua pública profissão de fé, sendo esse primeiro grupo constituído por seis mulheres.

Em 2005, foram recebidos o irmão Divino e a irmã Joaneline, com seu filho Jonas, como Evangelistas e responsáveis pelo Ponto Missionário, que passaram a liderar daí em diante os trabalhos à frente da Igreja da Vila Estrutural.

CONGREGAÇÃO DO ITAPOÃ
Em dezembro de 2009, a irmã Dorcas, membro da Congregação do Paranoá, solicitou a CLAN da IMAS o apoio para aluguel de uma loja no Itapoã, para a instalação de uma Congregação naquela cidade.

A CLAM aprovou o apoio do investimento no aluguel da loja localizada na região central do Itapoã, onde a Congregação funcionou durante todo o ano de 2010, sob a liderança da irmã Dorcas, com apoio dos pastores Rui Sérgio e André Schimer.

Considerando a baixa frequência, foi avaliada a viabilidade de continuidade daquele ponto missionário. Mas, com o compromisso do casal Luis Carlos e Solange Cassis de assumirem a liderança, com o apoio do Pr. Adilson, da Congregação do Paranoá, foi decidido pela sua continuidade. O ponto inicial teria em seu aluguel um exorbitante reajuste, assim, foi procurado outro local. Este, apesar de distante do centro, estava mais próximo das famílias assistidas, possibilitando maior crescimento do trabalho missionário.

Durante o ano de 2011, sob a liderança do agora Evangelista Luis Carlos e sua esposa Solange, a Congregação passou a ter uma frequência média de 40 pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos, sendo que o valor dos dízimos e ofertas já cobriam o valor do aluguel da loja. Era o Senhor confirmando a sua vontade da permanência daquela obra. No final de 2011 foi realizado um grande evento, em conjunto, das Congregações do Paranoá e Itapoã, para batismo dos seus membros. Da Congregação do Itapoã foram batizados dois adultos, cinco adolescentes, quatro crianças e um bebe, além de três pessoas terem feito a sua pública Profissão de Fé.

Para o ano de 2012, foi nomeado o Pr. Ailson A. Nascimento, para liderar o trabalho, com o apoio de sua esposa e do casal Luis Carlos e Solange.

CONGREGAÇÃO DE LUZIÂNIA
Em 27 de maio de 1998, os homens da IMAS, conforme relato de Sergio Gonçalves, foram conhecer a situação do Ponto Missionário de Luziânia, que estava sendo conduzido pelo irmão Otomar Buccher. 

Outrora houve uma tentativa da criação de um ponto missionário naquela localidade, pela igreja Metodista de Taguatinga, ocasião em que foi alugado um quartinho dentro do quintal do Sr. Sebastião e D. Maria, num bairro situado atrás da rodoviária de Luziânia. 

A IMAS, através do Rev. Carlindo Teixeira, também já adquirira um terreno destinado às futuras instalações da igreja. Com apoio do pastor da igreja, o casal Albiléo e Angela Ziller, Rogério Ventura e Sérgio Gonçalves, conforme haviam se comprometido, estiveram presentes todos os domingos, durante quase quatro anos, sem interrupção. Organizaram as classes da Escola Dominical com a presença média de quinze crianças e uma classe de adultos com uma média de seis pessoas. São lembrados alguns nomes da época: Raimunda, Gilson e filhas, Dalva e filho, Sr. Sebastião e D. Maria. Ali foi realizado o primeiro bazar em pontos missionários, com a ajuda da Ação Social da IMAS, na pessoa da D. Ivone. Um ano depois foi alugado pela administração da IMAS um salão comercial maior, na avenida de acesso à Luziânia, sendo o espaço dividido em duas salas, para funcionamento das classes infantis, um gabinete pastoral e um salão de culto, onde se reuniam os adultos.

Após a Escola Dominical era oficializado um culto, dirigido pelo irmão Albiléo Ziller, já exercendo as funções pastorais, especialmente a pregação e a ministração da ceia. No próprio edifício da igreja ficava também o apartamento do evangelista da congregação. Muitas pessoas da IMAS ajudaram a desenvolver o trabalho realizado pela Sociedade de Homens, sendo digno de registro as Ações Comunitárias da Ação Social da igreja, que teve em Luziânia grande acolhida pela comunidade vizinha ao ponto missionário. Após três anos e meio, o evangelista Walter Teixeira, acompanhado de sua esposa Nilda e sua filha Vitória, foi designado para assumir a congregação de Luziânia.

O trabalho desenvolveu-se a olhos vistos sendo, inclusive, aberto um ponto missionário no Jardim Luzília, próximo da casa dos irmãos Gilson e Raimunda. Com o crescimento da congregação e, aproveitando uma oportunidade especial, foi alugado um antigo galpão desativado próximo ao ponto missionário. Após boa reforma empreendida pela IMAS, o salão de culto foi significativamente ampliado e foram criadas várias salas de aula para a Escola Dominical. Para auxiliar o trabalho pastoral, os homens da IMAS, juntamente com o Ministério de Administração, adquiriram um veiculo modelo Gol que permitiu ampliar a visitação às famílias e facilitou o deslocamento do evangelista missionário. Com a nomeação pastoral do irmão Walter Teixeira para a Igreja Metodista de Jardim – MS, em 1998 o irmão Alejandro Quinto assumiu o trabalho em Luziânia.

CONGREGAÇÃO DO JARDIM BOTÂNICO
Ao final de 2009, por iniciativa do Rev. Misael e aprovação do Concílio Local da IMAS, teve início o desafio missionário de abrir um novo trabalho no Jardim Botânico. O Pastor André H. F. Schirmer,  aceitou o convite e o chamado para dar início à sua  formação. A partir de janeiro de 2010 se buscou um local para as reuniões iniciais. O casal Simei e Orieta Domingues prontamente ofereceu sua residência, e dia 06 de fevereiro de 2011 foi realizado o culto inaugural da Congregação.

Durante o ano de 2011 a congregação reuniu-se semanalmente, buscando a Deus e crescendo na medida em que novos visitantes se integravam à comunidade. Em novembro de 2011 a Congregação definiu o aluguel de um local para suas atividades e dia 10 de dezembro de 2011, para a glória de Deus, realizou o culto inaugural da Sede da Congregação, que conta com um templo para 60 pessoas e mais cinco salas de aula, um berçário e um gabinete pastoral. Atualmente a congregação conta com Escola Dominical nas manhãs de domingo, Culto Dominical nas noites de domingo, culto semanal nas noites de quarta-feira e reunião de oração nas noites de sexta, perfazendo no mínimo quatro reuniões semanais, para a honra e glória do Senhor Jesus Cristo. 

Texto escrito por Dulcinéa Ramos Cassis, em março de 2012, com base nos seguintes documentos: Primeiro Livro de Atas de Assembléias da Igreja Metodista Central de Brasília, Primeiro livro de atas de reuniões da Junta de Ecônomos, Livro de Rol da Igreja, artigo publicado na Revista Cruz de Malta, edição de setembro de 1957, convite para os membros fundadores da Igreja Metodista Central de Brasília, datado de 1961, Convite para o Lançamento da Pedra Fundamental, Livro de Rol da Sociedade Metodista de Senhoras, Escritura de doação do terreno da SGAS 610 sul, texto “Uma Igreja Quase Vazia” de Maria Luiza Schlottfeldt Fagundes, fotos históricas de eventos. Também foram colhidos os depoimentos verbais ou por escrito das seguintes pessoas: Celita Mendes, Astéria Barbosa, Cacilda Bertoni, Ruth Prates, Fábio Teixeira Alves, Priscila Caixeiro Alves, Deyr José Gomes, Victalina Lalucce dos Santos, Adyr Santos, Albiléo Trentino Ziller, Angela Moraes Ziller, Rubens Fóizer,  Isnard Batista, Maria Regina Batista, Wilma Hipólito, Luiz Antonio Batista, Simey Domingues, Eula Martins, Maria do Carmo Nascimento Santos, Cleuza Teixeira das Neves, Aldo Fagundes, Odete F. Teixeira, Carlindo Teixeira Alves, José Pereira Caputo, Filadélfia Batista Pereira, Daso Maranhão Coimbra, Maria Cristina Coimbra Marodin, Nina Rosa Coimbra, Marlene Fernandes de Faria, Cristina Moraes Ziller Santos, Susana Dytz Fagundes, Euclides Schlottfeldt Fagundes, Ana Cecília Schlottfeldt Fagundes, Luis Carlos Ramos Cassis, Yolanda Ramos Cassis, Cláudia Ziller Faria, Leonora Araújo Pinto Teixeira, Lenira Araújo Pinto Teixeira, Marcia Nascimento Oliveira, pioneiros do Metodismo no DF, e André Fagundes Schirmer e Sergio Gonçalves. Colaboraram na coleta de dados: Eula Martins, Filadelfia Batista Pereira, Marlene de Faria, Odete Farjardo Teixeira e Irene Fagundes Silva. Os textos referentes às Congregações foram adaptados, ou publicados conforme textos originais escritos por: Congregação do Paranoá - Albiléo Ziller, Estrutural - Lenira Araújo Pinto Teixeira, Congregação Itapoã - Luis Carlos Ramos Cassis, Congregação de Luziânia - Sérgio Gonçalves, Congregação Jardim Botânico - André Fagundes Schirmer. Os textos referentes as congregações foram resumidos, pois inicialmente esse material seria publicado na Bíblia comemorativa, por isso seria necessário resumir o conteúdo.











CENTRO COMUNITÁRIO SÃO LUCAS 
Começou também com Abrão... 

Era uma tarde de domingo.

Na hora em que as moças se aprontavam para a matiné, aquela jovem, ainda meio menina, contava histórias.

Eram histórias da Bíblia, contadas com o auxílio das figuras em um flanelógrafo, em meio à poeira da recém inaugurada Ceilândia Sul.

Foi assim mesmo. Ao ar livre, sob o forte sol da tarde, que se reuniram as crianças que brincavam na rua, de barriga de fora, nariz escorrendo e pés no chão.

Era um povo humilde que acabara de ganhar o seu tão sonhado lote na Ceilândia, cujo próprio nome indicava a conquista: C E I: Campanha de Erradicação das Invasões. CEIlândia!

A Igreja Metodista  recebera, com a inauguração da nova cidade, dois terrenos. Um na Ceilândia Norte, região para onde foram transferidos os barracos das famílias que já frequentavam os trabalhos na Invasão do IAPI, outro na Ceilândia Sul, o maior deles. Para as proximidades daquele terreno, na Ceilândia Sul, não fora ninguém.  Não havia quem fosse frequentar os trabalhos que lá iriam ser realizados. Não restava outra alternativa, a não ser evangelizar!

E foi assim que o casal Fábio e Priscila e a adolescente Dulcinéa foram para a rua. Reuniram crianças para ouvir histórias. Convidaram aquelas crianças para ouvir mais uma história no próximo domingo, dessa vez no barracão.

O barracão foi construído como tantos outros no início da Ceilândia. De madeira reaproveitada, pintada de cal tingido de rosa. Cor de rosa, para combinar com o piso de cimento vermelhão! O piso, recortado e mal feito.  Mas quem se importava? Era trabalho voluntário, assim como a pintura feita em mutirão.

O primeiro dia de escola dominical... O primeiro aluno, Abrão! Um garoto de uns dois anos de idade. Tal qual o patriarca chamado por Deus para uma terra que lhe seria mostrada, o primeiro aluno que deu origem à uma grande escola dominical, hoje um grande Centro Comunitário, também se chamava Abrão.

No primeiro domingo foram apenas algumas crianças, acompanhadas por suas mães. Nos outros domingos, cada vez mais alunos. Aos poucos, a frequência foi aumentando.

As contribuições financeiras foram chegando. As feijoadas anuais para arrecadar fundos - uma delícia, a especialidade de Dona Elza... – reforçavam o orçamento para a construção do prédio de alvenaria.

Tijolo sobre tijolo, o prédio foi crescendo com a ajuda do mutirão dos irmãos de Brasília e até com gente de fora, que veio do exterior.

Um dia, o prédio ficou pronto! Um marco da Igreja Metodista na Ceilândia Sul!Ali, hoje funciona o Centro Comunitário São Lucas, além da Igreja, uma grande obra social de atenção à infância e adolescência.

E foi assim, contando tantas histórias, que hoje conto essa história para as novas gerações.

Tudo começou assim, com um menino chamado Abrão...

No Reino de Deus, nada acontece por acaso!

Dulcinéa Cassis

FOI NA CIDADE LIVRE QUE ESSA HISTÓRIA COMEÇOU...


Era o ano de 1957. Impulsionados pelo sonho de participar da construção da nova capital, brasileiros de todas as partes do país deixavam suas famílias e suas casas, movidos por um sonho. Um sonho que foi concretizado! Era uma nova vida! Uma vida que se esperava oferecesse novas oportunidades.

Chegavam de caminhão ou de jardineira. A estrada era de chão! De terra vermelha, como artérias expostas que traziam a seiva do progresso, no projeto de interiorização da capital.

Em sua bagagem, alguns não traziam quase nada. Algumas mudas de roupas, umas panelas talvez... algum mantimento para suprir os primeiros dias enquanto se instalavam.

Mas todos traziam algo que aqui não podia faltar: esperança! A esperança de participar daquele momento histórico! A esperança de construir uma nova cidade, um novo mundo, uma nova Capital. Esperança de oportunidades de trabalho, de se ter um canto para morar. Vinham sem saber muito o que poderiam encontrar. Traziam muita coragem, muita disposição, muita força para trabalhar!

Em meio àqueles primeiros que chegavam, estava o “Seo” Nivaldo, um jovem, à época, de seus vinte a trinta anos. A mulher e os filhos ficaram em Goiânia, sua cidade de origem, enquanto ele veio aqui para se instalar. Homem habilidoso, sabia da arte de construir. Montou sua barraca com paredes de papelão. A cozinha era debaixo de uma árvore. O fogão, improvisado. Montou o seu lar e foi buscar a família: Astéria, que nos contou essa história, e as crianças: duas meninas e um menino.

Não muito longe dali, na mesma Cidade Livre, hospedado, pelo que se sabe, no único hotel da cidade, chegara de São Paulo um bispo. Um bispo da Igreja Metodista, Rev. Isaías Sucasas. Veio como desbravador. Assim como João Wesley, o fundador do Metodismo, movido pelo Espírito do Deus Vivo e que desbravava novos horizontes montado em seu cavalo, Bispo Isaías veio desbravar o cerrado brasileiro. Era a marca do Metodismo chegando à nova capital.

Nivaldo, também metodista, assim que se instalou saiu à procura de onde pudesse congregar. Eram os primeiros dias da construção de Brasília. Haveria alguma igreja por aqui? Foi perguntando e se informando... até que encontrou o Bispo Sucasas. Nivaldo era o homem de que a Igreja Metodista precisava naquele momento e naquele lugar: um construtor! Mais do que isso: um metodista que abriu a porta de sua humilde e provisória barraca de paredes de papelão para a celebração do primeiro culto metodista em Brasília.

E foi no dia 29 de abril de 1957! Na frente da “barraca”, no dizer de Dona Astéria, em meio à poeira de terra vermelha. As pessoas sentadas nas pedras. Ali, com a presença de 24 homens e 4 mulheres, foi celebrado o primeiro culto da Igreja Metodista na Cidade Livre. O primeiro culto no Distrito Federal.

Era a Igreja Metodista cumprindo o seu papel na Evangelização e na Educação!

Os dias que se seguiram foram de muito trabalho. Era preciso pressa para construir! Primeiro, a casa pastoral. Depois, a primeira capela, de madeira com forro paulista, como era o modelo das primeiras construções. Ali, na primeira sede da Igreja Metodista no Distrito Federal, foi onde funcionou a primeira escola da cidade para atender aos filhos dos trabalhadores que para cá vieram. A tradição metodista de pioneirismo na Educação também esteve presente no início de Brasília.

Dona Astéria nos conta essa história com orgulho, mostrando o seu caldeirão, onde cozinhava o feijão para tanta gente, e a sua máquina de costura, que servia de mesa para servir com carinho ao Bispo Isaías.

Depois foram chegando outros. Dona Cacilda, enfermeira experiente, mulher de fé e coragem, desbravadora de horizontes geográficos e culturais, também chegou nessa época. Veio primeiro sozinha, depois foi logo buscar a família. Dona Cacilda, pioneira, foi a primeira enfermeira a chegar no solo brasiliense. De suas mãos parteiras, muita criança nasceu. De seu testemunho cristão, muita gente renasceu!

São pessoas que hoje lembram a história de como tudo começou: a História do Metodismo em Brasília.

No início de Brasília era comum ver-se ao longe pequenos ciclones que, na vastidão do Planalto, se agigantavam na medida em que se aproximavam. Eram de terra vermelha!

Quando penso nessa cena, lembro de uma outra que, imagino, aconteceu muito longe daqui: Ao longe, no horizonte, se via um ciclone de poeira. Era a poeira levantada pelo trote de um cavalo. Montado, o cavaleiro aos poucos se aproximava. Trazendo na bagagem a Bíblia e a sua fé, com o coração aquecido pelo Espírito Santo, João Wesley, o fundador do Metodismo, desbravava, no século XVIII, horizontes para testemunhar a Graça Redentora de Deus.

Na construção de Brasília, cena semelhante! Não montados em cavalos, mas igualmente levantando poeira!

A poeira vermelha da terra que brotava tal sangue das veias de estradas abertas!.

Vermelha, como vermelho é o céu no pôr do sol em Brasília!

Vermelho como o sangue derramado na Cruz!

Vermelha como a chama que simboliza a experiência do coração aquecido!

A chama do Espírito de Deus, que em nós habita, e aquece os nossos corações!


(Dulcinéa Cassis)



CONVITE ESPECIAL




“V.S. Está cordial e fraternalmente convidado (a) a ser membro fundador (a) da Igreja Metodista Central de Brasília.
Data: 31 de dezembro de 1961
Local SQD 411/412 (Fundação da Casa Popular)
Horário: às 22 horas
Sinceramente agradecido,
Ass. Rev. Almir Pereira Bahia
Missionário”

Quando receberam aquele convite, imagino que nossos irmãos, que até então eram membros da Igreja Metodista do Núcleo Bandeirante, devem ter ficado muito felizes!

Muitos já moravam no Plano Piloto e precisavam se deslocar todos os domingos para frequentarem a Igreja do Núcleo Bandeirante. Alguns iam de ônibus, que demorava muito a passar.

Naquele tempo, no início de Brasília, tudo era muito difícil por aqui. O ritmo das obras era acelerado. Havia muitas construções, muita poeira por todo o caminho.

Quem veio para Brasília, veio em busca de novas oportunidades. Eram brasileiros desbravadores, os primeiros habitantes da nova capital!

A Igreja Metodista já estava estabelecida desde 1957. Foi pioneira, marcando sua presença também na área educacional. Mas agora estaria inaugurando uma nova igreja.

Não era um templo de alvenaria como o que temos hoje. Este foi construído depois. Era uma simpática capela de madeira, a Capela do Calvário, construída com capricho e dedicação e com a ajuda dos próprios membros da igreja. Na época eram todos jovens, fortes, e dispostos àquele desafio. Sob a batuta do mestre Nivaldo e com a presença do próprio pastor,  Rev. Almir Bahia,  reuniam-se em mutirão.

Construíram o piso, os bancos. O dinheiro era curto, mas a disposição muito grande. A fé, naquele início da igreja, maior ainda. Talvez nem imaginassem como estaria hoje a Igreja Metodista da Asa Sul.

A primeira assembleia, como era chamada naquela época, foi no dia 3 de janeiro de 1962. Foi realizada às 20 horas. Imagino logo após o culto. Na ocasião foram eleitos os primeiros oficiais da igreja.

Curiosa a forma como foi feita a escolha. O Rev. Almir, pastor cuidadoso que conhecia o seu rebanho, indicou as pessoas para cada um dos cargos e comissões. Todos acataram as suas sugestões!

Segundo o testemunho dos que hoje ainda estão por aqui, era um grupo muito unido. A Igreja representava para muitos, a  substituição das famílias  que tinham deixado em suas cidades de origem.

Era o desafio de novos horizontes para suas vidas!

Era o desafio de novas oportunidades profissionais!

Era o lugar escolhido para formar as suas famílias, criarem os seus filhos.

Era mais um horizonte a ser desbravado.

Era um campo fértil para a evangelização. A Igreja aceitou o desafio  e cresceu!

“Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei (…) Sê tu uma bênção!” (Gênesis 12.1)





DA IGREJA, O FUNDAMENTO!



Aquela tarde do mês de maio era um dia especial!

Naquela época do ano, as chuvas já não visitavam mais o Planalto Central. A fina poeira vermelha das clareiras abertas para as construções teimava em impregnar os calçados engraxados com capricho para aquela comemoração.

Era o dia do lançamento da Pedra Fundamental do Edifício de Educação Religiosa da Igreja Metodista.

A pequena comunidade, que se reunia na capela provisória na 411/12 sul, estava muito feliz com aquele dia. Na solenidade estavam presentes representantes da Junta Geral de Missões e Evangelização da Igreja. Até a presença do Bispo Isaías Sucasas abrilhantou a comemoração!

Até então, reunidos na capela provisória desde 1962,  a Igreja Metodista Central, como era então chamada, era uma pequena comunidade de irmãos e amigos. Todos se conheciam e, como a maioria tinha deixado suas famílias de origem em suas cidades,  os que moravam aqui tinham a igreja como seu ponto de referência, como sua família, uma grande família! Um porto seguro!

O pastor da igreja  era o  Rev. Kenneth Traxler. Entusiasmado com a nova capital, não mediu esforços para conseguir recursos para construir um templo.

Foi adquirido o terreno da 610 sul e, em meio à poeira da clareira aberta no cerrado, foi lançada a pedra fundamental no dia 24 de maio de 1964.

O coral, que já existia naquela época, cantou e encantou! Era uma alegria geral! Pela foto, podemos imaginar o clima de alegria. A fé na igreja que crescia! A esperança de construir um templo digno do metodismo na nova Capital Federal!

Numa caixa de concreto, plantada na terra virgem como semente que viria a crescer, foram colocados alguns documentos: o Boletim da Igreja, a relação dos membros ativos naquela época, fotografias e um pouco de tudo que pudesse lembrar aos que um dia abrissem aquele tesouro, o que foi aquele momento importante na vida de nossa igreja.

A partir dali, muito trabalho: Rev. Traxler conseguiu contribuintes que enviavam mensalmente suas ofertas dos EUA para a construção do novo prédio. Mas um dia a fonte americana secou.  A igreja precisava caminhar sozinha. O leite secou, mas o filho já conseguia andar pelas suas próprias pernas. Foi um grande desafio que uniu ainda mais os irmãos.

O prédio, que originalmente seria destinado à educação, passou a ser o templo e assim foi consagrado. Não havia ainda revestimento, piso, nem portas. Mas a igreja mudou-se para o novo prédio em dezembro de 1965. O desafio  era terminar a construção!

Jovens e adultos trabalhavam em mutirão. Fizeram o piso. Um piso de cimento vermelhão. Vinham para jogar futebol e para trabalhar. As mulheres, imagino, como tradicionalmente fazem, apoiavam com a sua atenção e seus deliciosos quitutes.

Há muitas igrejas que tem em seu topo uma cruz. A Igreja Metodista da Asa Sul, não. Esta tem um circulo. Um circulo que simboliza o infinito. Uma abóbada circular em vidro, que permite que se contemple o céu infinito.

Infinito como é  Amor de Deus por nós. Como infinitas são as possibilidades de transformação, como infinito é o Seu perdão, como infinita é a possibilidade de frutos do nosso trabalho,  como infinitos são os frutos imperceptíveis e imensuráveis do trabalho da igreja...

Foi o lançamento da Pedra Fundamental!

Não somente uma pedra de concreto, mas uma pedra de sentimento!

Uma pedra de comunhão, uma pedra do grande amor de Deus por nós e que permeia os elos dessa perpétua união!




(Dulcinéa Cassis)

A IGREJA QUE ABRAÇA O INFINITO


No vértice dos 90 graus de seus braços, a Cruz se ergue imponente para o Céu, abraçando a pequena congregação e apontando para o infinito de suas possibilidades. Em perfeita harmonia, as linhas retas e curvas traduzem beleza, flexibilidade e firmeza.

Imponente, não por gemas incrustadas em ouro, mas pela simplicidade de suas formas e detalhes de seu acabamento. O piso branco e fresco de cerâmica nos convida a, descalços, apresentar-nos diante do Criador. O combogó (que lembra a infância inocente de seu projetista), vermelho, na cor do fogo, aquece os corações, e permite passar o vento que acaricia o corpo e refresca também a alma. No andar de cima, a vista que alcança o horizonte, próximo ao lago Paranoá, oferece e nos remete à beleza da Criação.

A madeira em suas cores naturais forma o altar para oferecimento, não do sacrifício, mas do Amor de quem abriu a porta da sua casa, de quem abriu mão de um sonho, de quem acreditou, de quem insistiu, de quem reuniu. Amor de todos os que colocaram cada um dos tijolos do pequeno e singelo templo, símbolo da manifestação da Graça de Deus.

Confesso que fui à consagração do Templo da congregação da Igreja Metodista do Paranoá mais pela proximidade que tenho com seu projetista e construtor. Fiquei encantada com o templo e emocionada com o culto!

Foi um daqueles cultos que me inspiram e tocam: com direito a hinos tradicionais, canto de corais, consagração de ofertas no altar, testemunhos da história da formação da congregação e construção do templo, coroados pela palavra simples e inspirada trazida pelo Bispo.

O aconchego da construção permitiu ao povo reunido a proximidade do abraço, a comunhão informal na simplicidade do amor fraterno. Fiquei tocada, emocionada, com vontade de abraçar a todos.

Minhas lembranças viajaram pela história da Igreja Metodista das quais participei. A igrejinha da 412 sul, a inauguração do templo da Asa Sul, com seu piso retalhado, de cimento vermelhão, feito pelos próprios irmãos. Lembrei-me das histórias da Invasão do IAPI, da construção da Ceilândia e das minhas próprias histórias de infância e mocidade na Igreja Metodista.

A consagração de um templo não é um mero ritual! Mas um ritual e uma manifestação de fé e amor do povo reunido, em que nasce a força propulsora que influencia, encaminha e determina o que há de vir. A congregação da Igreja Metodista no Paranoá não vai “para no A”: Ela irá muito além. Tal qual os braços de sua cruz, a Igreja abraça o infinito!

Minha homenagem a todos os que colocaram cada um dos tijolos de amor nesse projeto, mas, especialmente, permitam-me, ao Carlinhos, meu Baby, meu irmão, que trocou o sonho de trocar de carro, pelo sonho de construir uma Igreja!


Crônica escrita por Dulcinéa Cassis e publicada originalmente no Blog Caminhos TanGENTES, por ocasião da inauguração do Templo da Igreja Metodista do Paranoá

quarta-feira, 25 de abril de 2012


RUY RAMOS – UM LÍDER METODISTA DE FÉ
                                                        COSETE RAMOS (*)
  Gostaria de iniciar levantando uma questão!
Por que a Igreja Metodista do Brasil concedeu a Ruy Ramos o Diploma do Milênio e o Título de Metodista Emérito do Século XX?

 Poderíamos responder com a explicação - seria pelas coisas que Ruy Ramos falou e escreveu e pelos inúmeros textos que produziu sobre o cristianismo tais como:
SERMÃO SOBRE A ALEGRIA
Dizia ele: "Precisamos cultivar a alegria evangélica. As doutrinas da nossa Igreja são um apleo à alegria, ao prazer de viver. Temos como guia da nossa fé Cristo que disse: vim para que tenhais vida e vida em abundância. É preciso que os cristãos se apercebam da alegria de sua fé. A Igreja Evangélica oferece a alegria de viver aos seus adeptos. Não somo peregrinos que choram e se lamentam ao longo das estradas. Somos caminhantes felizes para um grande destino.

TESE SOBRE A MISSÃO DA IGREJA METODISTA
Na tese que apresentou na Conferência Latino-americana de Igrejas Protestantes, no Peru, em 1961, Ruy disse: "Não se pode esquecer a função que a Igreja de Cristo, particularmente o protestantismo, tem a desempenhar na comunidade como órgão revolucionário de transformação social, como fermento no meio da massa, como sal da terra e luz do mundo".
No entanto, outra explicação para o título que ele recebeu, apresenta a nosso ver maior peso, Ruy Ramos recebeu esta honra pela sua atuação e pelos relevantes serviços prestados na caminhada da Igreja.
Durante anos, no Templo da Igreja Metodista de Alegrete atuou como guia-leigo e professor da Escola Dominical, para as classes dos jovens e Homens dando cursos de Liderança e Eficiência Cristã. Ele ministrou aulas práticas de Cristianismo, num programa de 9 aulas, com visíveis preocupações didáticas:
1ª LIÇÃO: O Vício de criticas os outros.
2ª LIÇÃO: O desejo de ser importante e o valor do elogio sincero;
3ª LIÇÃO: A tendência de esquecer e desprezar o ponto de vista e o interesse alheio;
4ª LIÇÃO: Algumas fórmulas práticas de obter a simpatia e a afeição dos outros;
5ª LIÇÃO: Como atrair os outros para o nosso modo de pensar;
6ª LIÇÃO: Como convencer;
7ª LIÇÃO: Convencer sem ofender;
8ª LIÇÃO: Vida conjugal e doméstica;
9ª LIÇÃO: O amor e o sexo.

Esta é a pauta de um curso atual - Sobre sucesso do Crente no Século XXI.
Ruy foi um aluno obediente das lições de sua Igreja. O Deputado Daso Coimbra dá testemunho pessoal, como irmão de fé sobre ele, afirmando: "Não sei que podemos mais ressaltar na figura de Ruy Ramos: Se o seu espírito patriótico, se a sua formação moral e religiosa, se a sua dedicação à esposa e à família, se o seu desejo de servir ao próximo.
Como cristão novo, em 1943, Ruy se impõe deveres e planos, estabelece para si, em 1944 dez mandamentos, dos quais estão transcritos apenas alguns:
  • Reagir energicamente contra as fraquezas do meu caráter e vencê-las pela ação e pelo pensamento.
  • Intensificar o meu interesse pelas coisas do reino de Deus e cumprir com alegria e boa vontade, os meus deveres religiosos.
  • Manter absoluta honestidade conjugal, em pensamentos, palavras e obras.
  • Evitar completamente a maledicência. Não falar mal de ninguém, não criticar ninguém, e exercitar a máxima tolerância.
  • Crer e orar. Praticar a caridade na maior escala possível, dar mais aos pobres e amparar por todos os meios os meus irmãos pequeninos.
Estas são algumas das Missões que as pessoas e profissionais precisam estabelecer para o Século XXI!
A opção religiosa fortalece em Ruy Ramos os ideais morais e éticos que irá defender na vida político-partidária. Foi um grande representante Metodista na Câmara Federal. A fidelidade de Ruy à Igreja era tanta, sua postura de fé tão transparente e convincente, que foi chamado, inúmeras vezes, por seus colegas deputados, primeiramente de pastor e depois (em sinal de respeito) de Reverendo. Dizia ele que só faltava o ser intitulado de Bispo.

Seu colega Aldo Fagundes disse que ele era um cristão autêntico, sincero e fiel no testemunho de sua fé. Era membro ativo da Igreja Metodista. Liberal e generoso. Doou uma gleba de terra para a formação do Instituto Rural Metodista de Alegrete, Obra de Assistência Social, em Alegrete. Quando falou sobre a doação, ele disse: "Na vida só se conserva aquilo que se dá".
Em Brasília, Ruy Ramos foi co-responsável pela origem de um forte movimento Metodista. Em artigo publicado na Cruz de Malta, em setembro de 1957, escreveu Duncan Alexander Reily: "O Metodismo viu a necessidade de fazer a sua parte no sentido educacional e evangelístico e resolveu hastear sua bandeira na nova Capital. O primeiro passo neste sentido se deu quando conseguimos, por intermédio do Dr. Luiz Milazzo, Secretário de Agricultura, Comercio e Indústria do Estado de Goiás e do Dr. Ruy Ramos, Ex-Deputado Federal, um excelente terreno medindo 8.000 metros quadrados, apenas a um quarteirão da rua principal do "Núcleo Bandeirantes", como se denominava o Centro Provisório da Nova Capital."
Respondendo à pergunta inicial:
Porque a Igreja Metodista do Brasil concedeu a Ruy Ramos o Diploma do Milênio e o Título de Metodista Emérito do Século XX?
Foi no seu agir, dentro e fora da Igreja, que Ruy Ramos, metodistas emérito do Século 20, demostrou a crença e os valores espirituais que pautavam sua vida! Ruy Ramos foi uma destacada testemunha de fé e, por isso, ainda que o tempo passado, continua como firme inspiração para novas gerações.

Cosete Ramos Gebrim - filha de Nehyta e Ruy Ramos - membro da Igreja Metodista da Asa Sul em Brasília.