Aquela
tarde do mês de maio era um dia especial!
Naquela
época do ano, as chuvas já não visitavam mais o Planalto Central. A fina poeira
vermelha das clareiras abertas para as construções teimava em impregnar os
calçados engraxados com capricho para aquela comemoração.
Era
o dia do lançamento da Pedra Fundamental do Edifício de Educação Religiosa da
Igreja Metodista.
A
pequena comunidade, que se reunia na capela provisória na 411/12 sul, estava
muito feliz com aquele dia. Na solenidade estavam presentes representantes da
Junta Geral de Missões e Evangelização da Igreja. Até a presença do Bispo
Isaías Sucasas abrilhantou a comemoração!
Até
então, reunidos na capela provisória desde 1962, a Igreja Metodista Central, como era então
chamada, era uma pequena comunidade de irmãos e amigos. Todos se conheciam e,
como a maioria tinha deixado suas famílias de origem em suas cidades, os que moravam aqui tinham a igreja como seu
ponto de referência, como sua família, uma grande família! Um porto seguro!
O
pastor da igreja era o Rev. Kenneth Traxler. Entusiasmado com a nova
capital, não mediu esforços para conseguir recursos para construir um templo.
Foi
adquirido o terreno da 610 sul e, em meio à poeira da clareira aberta no
cerrado, foi lançada a pedra fundamental no dia 24 de maio de 1964.
O
coral, que já existia naquela época, cantou e encantou! Era uma alegria geral!
Pela foto, podemos imaginar o clima de alegria. A fé na igreja que crescia! A
esperança de construir um templo digno do metodismo na nova Capital Federal!
Numa
caixa de concreto, plantada na terra virgem como semente que viria a crescer,
foram colocados alguns documentos: o Boletim da Igreja, a relação dos membros
ativos naquela época, fotografias e um pouco de tudo que pudesse lembrar aos
que um dia abrissem aquele tesouro, o que foi aquele momento importante na vida
de nossa igreja.
A
partir dali, muito trabalho: Rev. Traxler conseguiu contribuintes que enviavam
mensalmente suas ofertas dos EUA para a construção do novo prédio. Mas um dia a
fonte americana secou. A igreja
precisava caminhar sozinha. O leite secou, mas o filho já conseguia andar pelas
suas próprias pernas. Foi um grande desafio que uniu ainda mais os irmãos.
O
prédio, que originalmente seria destinado à educação, passou a ser o templo e
assim foi consagrado. Não havia ainda revestimento, piso, nem portas. Mas a
igreja mudou-se para o novo prédio em dezembro de 1965. O desafio era terminar a construção!
Jovens
e adultos trabalhavam em mutirão. Fizeram o piso. Um piso de cimento vermelhão.
Vinham para jogar futebol e para trabalhar. As mulheres, imagino, como
tradicionalmente fazem, apoiavam com a sua atenção e seus deliciosos quitutes.
Há
muitas igrejas que tem em seu topo uma cruz. A Igreja Metodista da Asa Sul,
não. Esta tem um circulo. Um circulo que simboliza o infinito. Uma abóbada
circular em vidro, que permite que se contemple o céu infinito.
Infinito
como é Amor de Deus por nós. Como
infinitas são as possibilidades de transformação, como infinito é o Seu perdão,
como infinita é a possibilidade de frutos do nosso trabalho, como infinitos são os frutos imperceptíveis e
imensuráveis do trabalho da igreja...
Foi
o lançamento da Pedra Fundamental!
Não
somente uma pedra de concreto, mas uma pedra de sentimento!
Uma
pedra de comunhão, uma pedra do grande amor de Deus por nós e que permeia os
elos dessa perpétua união!
(Dulcinéa Cassis)
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